A Chulice e promiscuidade que se passa em Portugal

EuroHealth Consumer Index 2012

Seguem 2 links com um documento e uma tabela resumo, que compara as performances a nível da acessibilidade, resultados, prevenção de doenças etc., de um conjunto de 34 países, incluindo Portugal (ocupa a 25ª posição). Daqui podemos tirar algumas conclusões (não tenho tempo para me alongar): mais médicos como por exemplo a Grécia, não significa melhor performance, nem sempre quem gasta mais em saúde tem melhores resultados, países como a Noruega onde os enfermeiros assumem um papel central no sistema de saúde, têm excelentes resultados.




http://www.healthpowerhouse.com/files/Index-matrix-EHCI-2012-120508-final-A3-sheet-substrate.pdf

http://www.healthpowerhouse.com/files/Report-EHCI-2012.pdf


Escândalo - Enfermeiros contratados por 4 euros/hora


O bastonário da Ordem dos Enfermeiros considerou hoje um «escândalo» que aqueles profissionais de saúde estejam a ser contratados a menos de quatro euros por hora, apelando a que «não aceitem» essas propostas.
«Isto é um escândalo para Portugal, para um país que se diz do primeiro mundo, que está a oferecer a profissionais altamente diferenciados um valor/hora que não se compactua nem com a sua profissão nem com a sua dignidade», afirmou hoje, no Porto, Germano Couto, admitindo que a Ordem tem recebido «um conjunto de denúncias» por parte de «dezenas de enfermeiros que têm contratos oferecidos a 3.96 euros à hora».
O bastonário reagia à notícia hoje avançada pelo Diário de Notícias, segundo a qual os enfermeiros contratados por empresas de prestação de serviços, que entrarem ao serviço a partir de hoje nos centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, irão receber quatro euros por hora.
Germano Couto garantiu que a notícia «é real» e «há factos e provas», esperando que, porém, «não passe de um conjunto de intenções» e, por isso, possa ser «revertida por parte da [Administração Regional de Saúde] ARS de Lisboa e do Vale do Tejo e do Ministério da Saúde».
Admitiu ainda que o Governo possa estar a «pagar mais às empresas» para que estas tenham «o seu lucro», mas reforçou que «é preciso verificar» se as empresas estão a cumprir as condições contratualizadas com o Estado, recordando que com 3,96 euros/hora os enfermeiros vão receber 300 euros líquidos no fim do mês, o que não atinge o ordenado mínimo.
Actualmente, a tabela pública de vencimento dos enfermeiros «está em 1.020 euros» mensais, o que se traduz em «cerca de sete euros por hora», valor esse que «deve ser a bitola que o Governo deve utilizar».
O bastonário lançou um «apelo aos enfermeiros» para «que não aceitem estes contratos, caso assim tenham condições», acrescentando porém compreender que alguns o façam para «não perderem competências».
O também enfermeiro considera que há uma «falta de planeamento estratégico entre a formação» e as contratações actuais, assinalando que aqueles profissionais de saúde «não estão a ser contratados de acordo com as necessidades».
«A ARS de Lisboa e Vale do Tejo tem uma falta de cerca de 4.700 enfermeiros nos seus quadros», sublinhou Germano Couto, que fala em 2.359 médicos para 2.261 enfermeiros naquela região o que «é completamente ilógico».
Admitindo que os profissionais preferem emigrar a perder competências ao ficar sem trabalho, Germano Couto criticou o facto de Portugal estar a «formar enfermeiros para exportar», num momento em que existem necessidades no país.


Nota: não tenho palavras para descrever o que sinto. Repúdio não só o MS como como todos os enfermeiros que aceitam trabalhar nestas condições. É preciso um pouco de dignidade....

Une rémunération confortable au Portugal???

Une rémunération confortable au Portugal

Effectivement, afin de se représenter au mieux le confort financier de la profession d’infirmière dans chaque pays, il est plus intéressant de comparer la rémunération des infirmières par rapport au salaire moyen de l’ensemble des travailleurs dans le pays. Le rapport entre le salaire des infirmiers hospitaliers du secteur public et le salaire moyen des Français est de 1,1 ; tout comme en Belgique, au Danemark ou encore au Royaume-Uni (Tab. 2). Certaines infirmières européennes ont un niveau de vie très correct, c’est notamment le cas au Portugal où elles gagnent 1,7 fois le salaire moyen. En Allemagne, en Grèce, au Luxembourg, les infirmières sont également plutôt bien loties. Au contraire, en Hongrie ou en République Tchèque, elles ne touchent même pas l’équivalent du salaire moyen de leur pays. Des disparités plutôt choquantes qui donnent à réfléchir quant à la pénurie d’infirmières et au manque d’attrait de la profession dans certains pays d’Europe...

Tableau 1 – Rémunération des infirmiers en hôpital par rapport au salaire moyen, 2007. Source : Panorama de la santé 2009 : les indicateurs de l’OCDE


Cap sur la Finlande !

Rappelez-vous, suite à leur mouvement de démission collective en 2007 (article sur la démission collective en Finlande), les infirmières finlandaises avaient eu gain de cause. Depuis, elles voient leur salaire augmenter de 22 à 28 % sur 4 ans (350 à 650 euros par mois) et deviendront ainsi, en 2011… les infirmières les mieux payées d’Europe !

Fonte: http://www.actusoins.com/4395/salaire-des-infirmiers-en-europe-la-france-est-elle-bien-placee.html

Basicamente o que este artigo quer dizer, é que os enfermeiros em Portugal são os mais bem pagos da Europa (atrás da Finlândia, após aquela grande batalha em que cerca de 13 mil enfermeiros se despediram em massa, conseguindo um aumento entre 22 a 28% em 4 anos. Na altura ganhavam menos que a média da população), auferindo 1,7x o salário médio nacional. A média salarial em Portugal deve rondar atualmente 900€ (é difícil uma estimação exata do valor, dada a existência de cerca de 25% de economia paralela, com tendência para aumentar em época de sobre taxação). Este números estão quanto a mim desatualizados. Uma mulher da limpeza em Lisboa ganha sem se chatear 7,5 a 10€/h, mais do que eu. Já para não falar num mecânico que ronda facilmente os 30€/h (com todo o meu respeito).  

Relatório de Primavera 2012 - OPSS


Eu sou apenas um enfermeiro...

Substitution at the margin: physicians vs nurses

A ampla discussão sobre o alargamento das competências dos enfermeiros volta a ser tema. Num artigo do economista Pedro Pita Barros: Substitution at the margin: physicians vs nurses na 12ª Conferência Nacional de Economia da Saúde, Lisboa, podemos verificar que algumas das funções desempenhadas por médicos, podem ser desempenhadas por enfermeiros sem perda da qualidade dos cuidados.

Antena 1 - Entrevista a Pedro Pita Barros

Antena 1 - Entrevista a Pedro Pita Barros

Entrevista a Pedro Pita Barros


O especialista em Economia da Saúde Pedro Pita Barros avisa que “vai ser duro de engolir” o corte de 800 milhões de euros no setor da Saúde. 

Nesta entrevista conduzida pelo jornalista Ricardo Alexandre, o professor catedrático da Nova School of Business and Economics defende que a questão agora é a de saber se a qualidade dos serviços vai ser afetada, o que só depende da forma como os profissionais do setor reagirem aos cortes financeiros.

Pedro Pita Barros admite que deverá haver a médio prazo uma sangria de quadros da Função Pública, ou seja, uma fuga de profissionais para o setor privado.
Fonte: Antena1

"Estado de arte..."

Nos últimos 2 anos tenho andado distante desta lides por motivos académicos. Após a conclusão da Pós-graduação em Higiene e Segurança no Trabalho (interrogo-me o porquê de não haver uma especialidade em Enfermagem do Trabalho ou Saúde Ocupacional, visto na legislação portuguesa existir a "figura" do enfermeiro do trabalho. ) na FCT da Universidade Nova de Lisboa (UNL) em 2010, neste momento estou a fazer um mestrado em Gestão da Saúde na Escola Nacional de Saúde Pública da UNL. Oportunamente irei colocando algumas temáticas na área da Gestão em Saúde sempre que me for possível, visto ser um tema cada mais actual.

Deixo aqui alguns documentos que são interessantes para quem gosta de compreender melhor o funcionamento do SNS: